quinta-feira, 27 de abril de 2017

Cora Coralina - teatro Santos Dumont

ESPETÁCULO INFANTIL “CORA”
          COM NÚCLEO CABOCLINHAS

DIA 19/04/17 (Quarta-feira)  -  10h e 14h30
TEATRO SANTOS DUMONT
Av. Goiás, 1.111 – Santa Paula – São Caetano do Sul

         A vida simples, os versos, as flores, os doces e as lições de vida de Cora Coralina estão impressos na singela homenagem à poetisa goiana Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas.
         A trajetória de sua vida, desde a infância até a sua velhice foi contada com muito lirismo, muita música e muita poesia pelas atrizes do Núcleo Caboclinhas.




Equipe escolar 2017

Equipe 2017

Cargo ou Função
Funcionário
Cozinheiras
Ivone
Lucilene
Auxiliares de Limpeza
Claudete
Lucia
Sandra
José Carlos
Auxiliar em Educação
Lucia
Estagiária de Pedagogia
Elaine Cristina
Fabiana
Coordenadora Pedagógica
Ana Paula
Diretora
Elaine
Oficial de Escola
Daniela



Professoras




Cilmara
Eliane Jacinto
Eliane Almeida
Janete
Marcely
Rejane
Rita de Cássia
Rosângela
Rosemeire
Sonia

O Prato Azul Pombinho

Teatro na Escola

O Prato Azul Pombinho

Apresentado pela equipe escolar em 13 de abril de 2017

A história fala do último prato de porcelana chinesa de um antigo jogo de jantar, com 92 peças, que pertencera à bisavó de Cora Coralina.





Escreveu Cora Coralina:

"Minha bisavó - que Deus a tenha em glória - sempre contava e recontava em sentidas recordações de outros tempos a estória de saudade daquele prato azul-pombinho. 

Era uma estória minuciosa. Comprida, detalhada. Sentimental. Puxada em suspiros saudosistas e ais presentes. E terminava, invariavelmente, depois do caso esmiuçado: “- Nem gosto de lembrar disso...” É que a estória se prendia aos tempos idos em que vivia minha bisavó que fizera deles seu presente e seu futuro. 

Voltando ao prato azul-pombinho que conheci quando menina e que deixou em mim lembrança imperecível. Era um prato sozinho, último remanescente, sobrevivente, sobra mesmo, de uma coleção, de um aparelho antigo de 92 peças. Isto contava com emoção, minha bisavó, que Deus haja. 

Era um prato original, muito grande, fora de tamanho, um tanto oval. Prato de centro, de antigas mesas senhoriais de família numerosa. De fastos de casamento e dias de batizado. Pesado. Com duas asas por onde segurar. Prato de bom-bocado e de mães-bentas. De fios-de-ovos. De receita dobrada de grandes pudins, recendendo a cravo, nadando em calda. 

Era, na verdade, um enlevo. Tinha seus desenhos em miniaturas delicadas. Todo azul-forte, em fundo claro num meio-relevo. Galhadas de árvores e flores, estilizadas. Um templo enfeitado de lanternas. 
Figuras rotundas de entremez. Uma ilha. Um quiosque rendilhado. Um braço de mar. Um pagode e um palácio chinês. Uma ponte. Um barco com sua coberta de seda. Pombos sobrevoando. 

Minha bisavó traduzia com sentimento sem igual, a lenda oriental estampada no fundo daquele prato. Eu era toda ouvidos. Ouvia com os olhos, com o nariz, com a boca, 
com todos os sentidos, aquela estória da Princesinha Lui, lá da China - muito longe de Goiás - 
que tinha fugido do palácio, um dia, com um plebeu do seu agrado e se refugiado num quiosque muito lindo com aquele a quem queria, enquanto o velho mandarim - seu pai - 
concertava, com outro mandarim de nobre casta, detalhes complicados e cerimoniosos 
do seu casamento com um príncipe todo-poderoso, chamado Li. 

Então, o velho mandarim, que aparecia também no prato, de rabicho e de quimono, com gestos de espavento e cercado de aparato, decretou que os criados do palácio 
incendiassem o quiosque onde se encontravam os fugitivos namorados. 

E lá estavam no fundo do prato, - oh, encanto da minha meninice! - pintadinhos de azul, 
uns atrás dos outros - atravessando a ponte, com seus chapeuzinhos de bateia 
e suas japoninhas largas, cinco miniaturas de chinês. Cada qual com sua tocha acesa - na pintura - para pôr fogo no quiosque - da pintura. 

Mas ao largo do mar alto balouçava um barco altivo com sua coberta de prata, levando longe o casal fugitivo. 

Havia, como já disse, pombos esvoaçando. E um deles levava, numa argolinha do pé, 
mensagem da boa ama, dando aviso a sua princesa e dama, da vingança do velho mandarim. 

Os namorados então, na calada da noite, passaram sorrateiros para o barco, 
driblando o velho, como se diz hoje. E era aquele barco que balouçava no mar alto da velha China, no fundo do prato. 

Eu era curiosa para saber o final da estória. Mas o resto, por muito que pedisse, 
não contava minha bisavó. Dali para a frente a estória era omissa. Dizia ela - que o resto não estava no prato nem constava do relato. Do resto, ela não sabia. E dava o ponto final recomendado. “- Cuidado com esse prato! É o último de 92.” 

Devo dizer - esclarecendo, esses 92 não foram do meu tempo. Explicava minha bisavó 
que os outros - quebrados, sumidos, talvez roubados - traziam outros recados, outras legendas, prebendas de um tal Confúcio e baladas de um vate chamado Hipeng. 

Do meu tempo só foi mesmo aquele último que, em raros dias de cerimônia ou festas do Divino, figurava na mesa em grande pompa, carregado de doces secos, variados, 
muito finos, encimados por uma coroa alvacenta e macia de cocadas-de-fita. 

Às vezes, ia de empréstimo à casa da boa tia Nhorita. E era certo no centro da mesa de aniversário, com sua montanha de empadas, bem tostadas. No dia seguinte, voltava, 
conduzido por um portador que era sempre o Abdênago, preto de valor, de alta e mútua confiança. 

Voltava com muito-obrigados e, melhor - cheinho de doces e salgados. Tornava a relíquia para o relicário que no caso era um grande e velho armário, alto e bem fechado. - “Cuidado com o prato azul-pombinho” - dizia minha bisavó, cada vez que o punha de lado. 

Um dia, por azar, sem se saber, sem se esperar, antes do salta-caminho, partes do capeta, 
fora de seu lugar, apareceu quebrado, feito em pedaços - sim senhor - o prato azul-pombinho. 
Foi um espanto. Um torvelinho. Exclamações. Histeria coletiva. Um deus-nos-acuda. Um rebuliço. Quem foi, quem não foi?... 

O pessoal da casa se assanhava. Cada qual jurava por si. Achava seus bons álibis. Punia pelos outros. Se defendia com energia. Minha bisavó teve “aquela coisa”. (Ela sempre tinha “aquela coisa” em casos tais.) Sobreveio o flato. Arrotando alto, por fim, até chorou... 

Eu (emocionada) vendo o pranto de minha bisavó, lembrando só da princesinha Lui - que já tinha passado a viver no meu inconsciente como ser presente, comecei a chorar - que chorona sempre fui. 

Foi o bastante para ser apontada e acusada de ter quebrado o prato. Chorei mais alto, na maior tristeza, comprometendo qualquer tentativa de defesa. De nada valeu minha fraca negativa. Fez-se o levantamento de minha vida pregressa de menina e a revisão de uns tantos processos arquivados. Tinha já quebrado - em tempos alternados, três pratos, uma compoteira de estimação, uma tigela, vários pires e a tampa de uma terrina. 

Meus antecedentes, até, não eram muito bons. Com relação a coisas quebradas nada me abonava. E o processo se fez, pois, à revelia da ré, e com esta agravante: tinha colado no meu ser magricela, de menina, vários vocativos adesivos, pejorativos: inzoneira, buliçosa e malina. 
Por indução e conclusão, era eu mesma que tinha quebrado o prato azul-pombinho. 

Reuniu-se o conselho de família e veio a condenação à moda do tempo: uma boa tunda de chineladas. 

Aí ponderou minha bisavó umas tantas atenuantes a meu favor. E o castigo foi comutado 
para outro, bem lembrado, que melhor servisse a todos de escarmento e de lição: 
trazer no pescoço por tempo indeterminado, amarrado de um cordão, um caco do prato quebrado. 

O dito, melhor feito. Logo se torceu no fuso um cordão de novelão. Encerado foi. Amarrou-se a ele um caco, de bom jeito, em forma de meia-lua. E a modo de colar, foi posto em seu lugar, 
isto é, no meu pescoço. Ainda mais agravada a penalidade: proibição de chegar na porta da rua. Era assim, antigamente. 

Dizia-se aquele, um castigo atinente, de ótima procedência. Boa coerência. Exemplar e de alta moral. Chorei sozinha minhas mágoas de criança. Depois me acostumei com aquilo. No fim, até brincava com o caco pendurado. E foi assim que guardei no armarinho da memória, bem guardado, e posso contar aos meus leitores, direitinho, a estória, tão singela, do prato azul-pombinho. "

CORA CORALINA 
In Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais, 1965




A Galinha Ruiva

Teatro na Escola

A Galinha Ruiva

Apresentado pela equipe escolar em 28 de março de 2017


       É a história de uma galinha ruiva que morava numa fazenda. Um dia ela teve a ideia de fazer um delicioso bolo de milho. Todos iam gostar!
       Era muito trabalho: ela precisava de bastante milho para o bolo. Quem podia ajudar a colher a espiga de milho no pé? Quem podia ajudar a debulhar todo aquele milho? Quem podia ajudar a moer o milho para fazer a farinha de milho para o bolo? Foi pensando nisso que a galinha ruiva encontrou seus amigos: 
       - Quem pode me ajudar a colher o milho para fazer um delicioso bolo? - Eu é que não, disse o gato. Estou com muito sono. 
        - Eu é que não, disse o cachorro. Estou muito ocupado. 
        - Eu é que não, disse o porco. Acabei de almoçar. 
        - Eu é que não, disse a vaca. Está na hora de brincar lá fora. 
         Todo mundo disse não. 
       Então, a galinha ruiva foi preparar tudo sozinha: colheu as espigas, debulhou o milho, moeu a farinha, preparou o bolo e colocou no forno. 
        Quando o bolo ficou pronto ... aquele cheirinho bom de bolo foi fazendo os amigos se chegarem. Todos ficaram com água na boca. Então a galinha ruiva disse: 
        - Quem foi que me ajudou a colher o milho, preparar o milho, para fazer o bolo? 
Todos ficaram bem quietinhos. ( Ninguém tinha ajudado.) 
       - Então quem vai comer o delicioso bolo de milho sou eu e meus pintinhos, apenas. Vocês podem continuar a descansar olhando. E assim foi: a galinha e seus pintinhos aproveitaram a festa, e nenhum dos preguiçosos foi convidado.


Elenco do período da manhã:
Ana Paula Valério (milharal), Elaine Negri Cantadori (galinha ruiva), Marcely Moretti Gomes , Rejane Leite Oliveira (porquinho), Rosangela Medeiros dos Santos (narradora), Sonia Hofer (gatinho)

Elenco do período da tarde:
Ana Paula Valério (milharal), Cilmara Leonete Rodrigues Braga, Elaine Negri Cantadori (galinha ruiva), Eliane dos Santos de Almeida (gatinho), Eliane Ap. Jacinto de Souza (porquinho), Janete Aparecida da Silva Freitas (narradora) e Rita de Cassia Vargas Galo.


        


Emília visita nossa biblioteca

Emília visita a biblioteca da escola

09 de março de 2017






A boneca Emília visitou nossa biblioteca e deixou uma cartinha para os alunos, veja:

BOA TARDE CRIANÇAS!
ACHEI MUITO BONITA A BIBLIOTECA DESTA ESCOLA, POR ISSO PRECISAMOS CUIDAR MUITO BEM DELA! TODA SEMANA ÀS QUINTAS FEIRAS VOCÊS ESCOLHERÃO UM LIVRO PARA SER LIDO EM CASA – CUIDE BEM DELE: NÃO RASGUE, AMASSE OU RABISQUE, POIS NA SEMANA SEGUINTE OUTRA CRIANÇA O LEVARÁ EMPRESTADO.
DEIXAREI ABAIXO ALGUMAS REGRAS QUE TAMBÉM ESTARÃO NA PASTA DO EMPRÉSTIMO:

REGRAS:
  O livro deverá ser devolvido sem falta para a professora na segunda-feira seguinte ao dia do empréstimo.
      Trazer o livro sempre dentro da pasta para conservação do mesmo.
      Conservar o livro em bom estado (sem sujar, riscar, rasgar ou amassar).

CRIANÇAS:
Valorizem estes momentos de leitura, tornando-os gostosos e proveitosos.
Leiam o livro com carinho, conte ou “leia” a história depois do seu jeitinho...
Sejam responsáveis, cumprindo as regras estabelecidas.
Contamos com sua colaboração e estamos felizes por tê-los como nossos parceiros nesta atividade de grande importância.

OBRIGADA CRIANÇAS. UM BEIJÃO DA SUA AMIGA E BONECA DE PANO.....

EMÍLIA



Biografia do nosso patrono Vinicius de Moraes

Vinicius de Moraes - biografia


        Vinicius de Moraes (1913-1980) foi um poeta e compositor brasileiro. "Garota de Ipanema" feita em parceria com Antônio Carlos Jobim, é um hino da música popular brasileira. Foi também diplomata e dramaturgo.
         Vinicius de Moraes (1913-1980) nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913. Filho do funcionário público e poeta Clodoaldo Pereira da Silva e da pianista Lídia Cruz. Desde cedo, já mostrava interesse por poesia. Ingressou no colégio jesuíta, Santo Inácio, onde fez os estudos secundários. Entrou para o coral da igreja, onde desenvolveu suas habilidades musicais. Em 1929, iniciou o curso de Direito da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro.
       Em 1933, ano de sua formatura, publica "O Caminho Para a Distância". Não exerceu a advocacia. Trabalhou como censor cinematográfico, até 1938, quando recebeu uma bolsa de estudos e foi para Londres. Estudou inglês e literatura na Universidade de Oxford. Trabalhou na BBC londrina até 1939.
         Várias experiências conjugais marcaram a vida de Vinicius, casou-se nove vezes e teve cinco filhos. Suas esposas foram Beatriz Azevedo, Regina Pederneira, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nellita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues e a última, Gilda Matoso.
Em 1943 é aprovado no concurso para Diplomata. Vai para os Estados Unidos, onde assume o posto de vice-cônsul em Los Angeles. Escreve o livro "Cinco Elegias". Serviu sucessivamente em Paris, em 1953, em Montevidéu, e novamente em Paris, em 1963. Volta para o Brasil em 1964. É aposentado compulsoriamente em 1968, pelo Ato Institucional Número Cinco.
          De volta ao Brasil, dedica-se à poesia e à música popular brasileira. Fez parcerias musicais com Toquinho, Tom Jobim, Baden Powell, João Gilberto, Francis Hime, Carlos Lyra e Chico Buarque. Entre suas músicas destacam-se: "Garota de Ipanema", "Gente Humilde", "Aquarela", "A Casa", "Arrastão", "A Rosa de Hiroshima", "Berimbau", "A Tonga da Mironga do Kaburetê", "Canto de Ossanha", "Insensatez", "Eu Sei Que Vou Te Amar" e "Chega de Saudade".
Compôs a trilha sonora do filme Orfeu Negro, que foi premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Em 1961, compõe Rancho das Flores, baseado no tema Jesus, Alegria dos Homens, de Johann Sebastian Bach. Com Edu Lobo, ganha o Primeiro Festival Nacional de Música Popular Brasileira, com a música "Arrastão".
       A parceria com o músico Toquinho foi considerada a mais produtiva. Rendeu músicas importantes como "Aquarela", "A Casa", "As Cores de Abril", "Testamento", "Maria Vai com as Outras", "Morena Flor", "A Rosa Desfolhada", "Para Viver Um Grande Amor" e "Regra Três".
         É preciso destacar também sua participação em shows e gravações com cantores e compositores importantes como Chico Buarque de Hollanda, Elis Regina, Dorival Caymmi, Maria Creuza, Miúcha e Maria Bethânia. O Álbum Arca de Noé foi lançado em 1980 e teve vários intérpretes, cantando músicas de cunho infantil. Esse Álbum originou um especial para a televisão.
          A produção poética de Vinícius passou por duas fases. A primeira é carregada de misticismo e profundamente cristã, como expressa em "O Caminho para a Distância" e em "Forma e Exegese". A segunda fase vai ao encontro do cotidiano, e nela se ressalta a figura feminina e o amor, como em "Ariana, A Mulher".
         Vinícius também se inclina para os grandes temas sociais do seu tempo. O carro chefe é "A Rosa de Hiroshima". A parábola "O Operário em Construção" alinha-se entre os maiores poemas de denúncia da literatura nacional: Pensem na crianças/Mudas telepáticas/Pensem nas mulheres/Rotas alteradas/Pensem nas feridas /Como rosas cálidas.
          Marcus Vinícius de Mello Moraes morreu no Rio de Janeiro, no dia 09 de julho de 1980, devido a problemas decorrentes de isquemia cerebral.

Obra de Vinícius de Moraes


O Caminho Para a Distância, poesia, 1933
Forma e Exegese, poesia, 1936
Novos Poemas, poesia, 1938
Cinco Elegias, poesia, 1943
Poemas, Sonetos e Baladas, poesia, 1946
Pátria Minha, poesia, 1949
Orfeu da Conceição, teatro, em versos, 1954
Livro de Sonetos, poesia, 1956
Pobre Menina Rica, teatro, comédia musicada, 1962
O Mergulhador, poesia, 1965
Cordélia e O Peregrino, tearo, em versos, 1965
A Arca de Noé, poesia, 1970
Chacina de Barros Filho, teatro, drama
O Dever e o Haver
Para Uma Menina com uma Flor, poesia
Para Viver um Grande Amor, poesia
Ariana, a Mulher, poesia
Antologia Poética
Novos Poemas II


Fonte: www.ebiografia.com (acesso em 27/04/17)